quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

LUÍS FONSECA E O CINE TEATRO CAPITÓLIO, NOS ANOS 40.



     No início dos anos quarenta, Antônio Vieira de Barros, seu Barros, Severino Farias e José Galdino, presentearam Surubim com um cinema falado, o Cine Teatro Capitólio. Pouco tempo depois, Luís Fonseca comprou o cinema, que carinhosamente passou a se chamar, o Cinema de Seu Luís, em homenagem a essa figura que tanto lutou pela cultura em Surubim.

  E o cinema de seu Luís marcou época, tornando-se um grande acontecimento, revolucionando a cidade, mudando hábitos e comportamentos.
Luís Gonçalves Fonseca e sua esposa Ceci ao lado da caminhonete que usada para projetar filmes nas cidades circuvizinhas.

     Quem não se lembra de dona Ceci recebendo a todos com seu sorriso amigo?
Quem não se recorda da sirene avisando que a projeção ia começar? E como esquecer os famosos seriados, os filmes de Tarzan, os faroestes norte-americanos com seus mocinhos valentes, românticos e solitários e os "dramas" e levavam  as  pessoas  ao choro  emocionado?                                                                                          
     E quem esquecerá as maravilhosas chanchadas da Atlântica, onde Oscarito e Grande Otelo levavam a platéia ao delírio?

    O cinema falado de seu Luís Fonseca foi o ponto de encontro da cidade, divertimento que encantava a todos na magia da sétima arte.

    "Rebeca foi o filme que inaugurou o Cine Teatro Capitólio, na época de propriedade de seu Barros, Severino Farias e Zé Galdino. Panfo, de Limoeiro era o operador. Eu o substitui quando o cinema já pertencia a seu Luís Fonseca, no ano de 1945.

    Seu Luís era uma pessoa boa e delicada. Um sujeito ótimo e tudo se conseguia com ele. Supervisionando o cinema, trabalhava na bilheteria enquanto Ceci, sua mulher, atendia na portaria. Depois de seis anos trabalhando como operador eu saí, então ele contratou Edivaldo Petronilo Dutra e posteriormente "major" um relojoeiro muito conhecido. Dos tempos do cinema, ficou uma grande amizade e a pedido de seu Luís eu e minha família assistíamos aos filmes de graça.

    O Cine Teatro Capitólio recebia muitas troupes de fora. A gente retirava a tela e o espaço servia de palco para apresentações de peças teatrais, mágicas, músicos e dançarinos.
Luís Fonseca com o seu cinema contribuiu muito para a cultura de Surubim" , conta Aniceto Alencar ( Cetinho ). 
Aniceto Ferreira de Alencar ( Cetinho), era eletricista de auto, músico e  projecionista do Cine Teatro Captólio.  

   "Comecei a trabalhar com Luís Fonseca em 1950. Era o motorista da fábrica e operador do cinema ambulante. Dedé de seu Alonso começou me ajudando na bilheteria e depois foi trabalhar no cinema da cidade. A gente viajava muito.  Fazia Casinhas ,Vertentes do Lério e só na linha de Bom Jardim, parava  "' em Natuba, Chã do Rocha, Matinada e ia até Lagoa Comprida. A projeção era feita em salão, garagem e no mercado. Ficava tudo cheio e o apurado era muito bom. Gostava muito de trabalhar com seu Luís, uma pessoa muito boa, um bom patrão, pagava bem", conta Piaba.

   "Seu Luís era bom demais. Ele e dona Ceci foram como pais para mim". conta Juca, ex-operador do Cine Teatro Capitólio .
                                                  Joaquim José da Siva ( Juca do Cinema )

    O cinema de seu Luís era uma das maiores diversões de Surubim, e trouxe muita alegria para o povo. Alí se realizavam bailes de carnaval e eventos importantes, como a campanha para trazer água encanada para Surubim com a presença de D. Hélder Câmara e o lançamento de candidaturas políticas onde todos compareciam e participavam.

  lnesquecíveis eram as belíssimas músicas que escutávamos antes de começar as sessões. Muitas vezes ficávamos na calçada do cinema ouvindo pois naquele tempo, eram poucas as pessoas que tinham radiola em Surubim    
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   Uma pessoa muito importante no cinema era Ceci, mulher de seu Luís.Uma figura bonita elegante que gostava de usar um batom vermelho e sapatos de salto altos. Ela ajudou muito seu Luís, trabalhando na bilheteria. Aliás ,eles recebiam muito bem e todos nós que conhecemos seu Luís, sua família e cinema, sentimos saudades" , conta Santa Guerra.

Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Marisa Surubim - Edição:1995

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